quarta-feira, 17 de julho de 2019

Vazamentos Lava Jato Dallagnol pediu a Moro dinheiro apreendido para publicidade do MP


Sergio Moro disse ser "possível", dando a entender que pode ter liberado dinheiro com caráter público (R$ 38 mil) para propaganda das “10 medidas”.


O colunista Reinaldo Azevedo, em parceria com o editor Leandro Demori, do site The Intercept Brasil, divulgou nesta segunda-feira, 15, reportagem com base em diálogos inéditos do juiz Sergio Moro e do procurador da República Deltan Dallagnol.







Os diálogos evidenciam que ainda em janeiro de 2016 travou-se conversa entre Dallagnol eMoro relativa ao destino do dinheiro que ficava sob a guarda do juízo.

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13:32:56 Deltan – Vc acha que seria possível a destinação de valores da Vara, daqueles mais antigos, se estiverem disponíveis, para um vídeo contra a corrupção, pelas 10 medidas, que será veiculado na globo?? A produtora está cobrando apenas custos de terceiros, o que daria uns 38 mil. Se achar ruim em algum aspecto, há alternativas que estamos avaliando, como crowdfunding e cotização entre as pessoas envolvidas na campanha.

13:32:56: Deltan – Segue o roteiro e o orçamento, caso queria [buscou escrever "queira"] olhar. O roteiro sofrerá alguma alteração ainda

13:32:56: Deltan – Avalie de modo absolutamente livre e se achar que pode de qq modo arranhar a imagem da LJ de alguma forma, nem nós queremos

13:35:00: Deltan – pdf

13:35:28: Deltan – pdf

No dia seguinte, 17 de janeiro de 2016, Moro responde:

10:20:56 Moro – Se for so uns 38 mil achi [quis escrever "acho"] que é possível. Deixe ver na terça e te respondo

"10 medidas"

Em novembro de 2016 a Câmara aprovou o pacote de medidas contra a corrupção (PL 4.850/16). O projeto foi elaborado pela ANPR – Associação Nacional dos Procurados da República e apresentado ainda naquele ano com mais de 1,7 milhão de assinaturas de cidadãos.

Pouco depois, o ministro Luiz Fux, do STF, determinou que a Casa analisasse novamente o projeto com as 10 medidas. A decisão foi por meio de liminar deferida em MS impetrado no STF pelo deputado Eduardo Bolsonaro. Para o ministro, o Legislativo não pode desvirtuar com emendas o conteúdo do projeto de iniciativa popular. Em fevereiro de 2017, contudo, o ministro julgou extinto o processo. A matéria foi então, em março de 2017, encaminhada ao Senado.

Em junho último, o Senado aprovou o PLC 27/17. O texto seguiu para a Câmara dos Deputados para análise das mudanças promovidas pelo relator, senador Rodrigo Pacheco.

Vazamentos

Migalhas reuniu, em site exclusivo, todas as informações e desdobramentos dos vazamentos envolvendo a operação Lava Jato. Acesse: vazamentoslavajato.com.br

Fontes: Migalhas


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