segunda-feira, 22 de julho de 2019

João Lisboa, Largo do Carmo e construção da Praça das Mercês são novas obras da parceria IPHAN, Prefeitura e Vale












A requalificação dos espaços representa o resgate da beleza e da histórica de áreas de grande importância para a cidade e para a população e soma-se ao maior pacote de obras realizados no Centro Histórico de São Luís nos últimos 30 anos

Requalificação de novos espaços no Centro Histórico vai reforçar o trabalho de revitalização de toda a área De imensurável valor histórico para a memória de São Luís, Patrimônio Mundial da Humanidade, a Praça João Lisboa, o Largo do Carmo e o logradouro onde será criada a nova Praça das Mercês vão passar por ampla intervenção de requalificação urbana para que esses importantes exemplares arquitetônicos e históricos imprescindíveis para a memória cultural da Atenas Brasileira sejam resgatados, dinamizados e voltem a deslumbrar os visitantes. Os projetos de revitalização desses três novos espaços foram apresentados no início da última semana, no ato de assinatura do Termo de Compromisso celebrado entre a presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa, o prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Junior e representantes da empresa Vale, em evento com a presença do superintendente do Iphan no Maranhão, Maurício Itapary.

Os novos logradouros contemplados pelos serviços de requalificação urbana vão somar ao conjunto de intervenções realizadas pelo Iphan, em parceria com a Prefeitura, para promover o resgate do conjunto arquitetônico do Centro de São Luís, um dos mais importantes sítios históricos do mundo, com seus 406 anos de história e um rico acervo composto por mais de mil prédios construídos entre os séculos XVIII e XIX, praças seculares e importantes monumentos que resguardam parte valiosa das singularidades históricas da cultura ludovicense. Atualmente, essa região da capital recebe o maior volume de investimentos já realizado nos últimos 30 anos. Uma parte das obras já está concluída, como o Complexo Deodoro e a Praça Pedro II. Ainda integrando o pacote de obras, a Rua Grande esta com obra pronta recebendo no momento pequenos serviços antes de ser entregue como mais um presente para a população.



"São Luis vive hoje um feliz momento de resgate dos espaços que contam muito sobre a nossa própria história e o modo de viver do povo local. A Praça João Lisboa, o Largo do Carmo e Praça das Mercês, por exemplo, são logradouros emblemáticos nesse contexto, todos com grande representatividade cultural para a população da cidade que outrora os teve como palco de importantes movimentos políticos e sociais. Exatamente por esses importantes aspectos históricos os espaços foram incluídos entre as dezenas de obras de revitalização que estamos promovendo no Centro da nossa capital, junto com o IPHAN, para que também estes locais voltem a ser reocupados pela população e retomem a sua condição de cartão-postal que ostentaram um dia. De forma que, com mais estas intervenções, reafirmamos nosso compromisso de fazer muito mais para a preservação da nossa história, da memória do nosso povo e resguardar suas tradições genuínas", observou o prefeito Edivaldo Holanda Junior.

A linda Ilha do Amor que encanta a todos os visitantes, com os seus belos casarões e todos os demais elementos que compõem o conjunto arquitetônico do Centro Histórico da cidade, vai ficar ainda mais bela e magnética com a revitalização da Praça João Lisboa, do Largo do Carmo e a criação da Praça das Mercês. As três obras somam recursos totais da ordem de R$ 11 milhões e têm previsão para iniciar no segundo semestre deste ano.

Para que estes logradouros continuem sendo uma referência histórica da São Luís antiga, todos os elementos arquitetônicos atuais contidos na Praça João Lisboa e no Largo do Carmo serão restaurados e mantidos para a preservação da memória local, como os bancos, o grande relógio e a estátua de João Lisboa, edificada no centro da praça, no local onde também é o mausoléu do escritor. O conjunto arbóreo existente no local será preservado e mantido.



A ideia é que estes espaços, que hoje servem apenas para passagem de transeuntes apressados na correria do seu dia a dia, voltem a ostentar a beleza arquitetônica que têm e transformem-se em novos pontos de lazer, entretenimento e visitação cultural. Nesse aspecto, o mausoléu de João Lisboa, que fica no local onde está a estátua do escritor, fato que acredita-se ser do desconhecimento de grande maioria da população, será valorizado para se transformar em um dos principais roteiros de visitação turística de São Luís, tendo em vista à importância do escritor, expoente da literatura brasileira, patrono da cadeira 18 da Academia Brasileira de Letras, historiador, jornalista, político e nome de grande influência para as artes de modo geral.

"São Luís é um dos mais importantes exemplares da trajetória humana na Terra e sua gente também deve ser valorizada, como João Lisboa. As obras serão realizadas para exaltação e valorização do patrimônio local e promover o desenvolvimento turístico e econômico, mas é importante também que a sociedade abrace seu patrimônio e ajude a preservá-lo em favor da nossa memória cultural", disse a presidente do Iphan, Kátia Bogéa, no ato de assinatura do Termo de Compromisso firmado no início da semana.

O superintendente do IPHAN no Maranhão, Maurício Itapary, lembrou que das 44 obras previstas para São Luís pelo PAC das Cidades Históricas, já foram entregues 11 intervenções. "Um número significativo que contribui fortemente para a transformação que a cidade vive hoje", ressaltou o superintendente.

As obras de intervenção da João Lisboa e do Largo do Carmo e entornos compreendem ainda a ampliação dos espaços para pedestres, com adequação total às normas de acessibilidade; a uniformização do pavimento das vias que serão em paralelepípedos, com o reaproveitamento de peças removidas de trechos da praça e da Rua Grande; a colocação de novo pavimento na Rua de Nazaré, que fica no entorno da João Lisboa; a organização viária e melhor eficiência do trânsito; além de maior percepção da amplitude do espaço urbano e da riqueza do conjunto arquitetônico de ambos os logradouros.



O projeto prevê também a criação de uma rampa de acesso entre o Largo e a Igreja do Carmo e o reordenamento do serviço de engraxate, para desenvolvimento da atividade tradicionalmente realizada há décadas no espaço. Todos os elementos vão compor os cerca de 12 mil metros quadrados de área restaurada.

O abrigo do Largo do Carmo será mantido e restaurado para preservar as características arquitetônicas art dèco da marquise do prédio. O espaço ganhará nova iluminação artística, três lanchonetes, um posto policial, uma central de táxi e dois banheiros públicos adaptados. As bancas de revistas também retornarão ao espaço de forma ordenada.

Além disso, o espaço terá estacionamento para 22 veículos de passeio, 12 vagas para motocicletas, bicicletário com 12 vagas, nove vagas para táxis, espaço para estacionamento de ônibus de turismo, duas vagas para pessoas com deficiência, espaços para carga e descarga, entre outros.

MEMORIAL DA ESCRAVIDÃO

Já o projeto de construção da nova Praça das Mercês será desenvolvido em área nas proximidades do Convento das Mercês, em espaço que nos primórdios da fundação de São Luís foi usado para atracamento de navios negreiros. Por conta desse aspecto histórico, a Praça das Mercês terá entre seus elementos o Memorial da Escravidão, que vai resgatar um contexto histórico do período escravocrata. O local chegou a receber 400 mil escravos nesse período e dezenas de navios negreiros originários da África, entre os anos de 1693 a 1841. O espaço está inserido no conjunto tombado pelos governos estadual e federal.



O Memorial da Escravidão terá grandes placas com gravações em baixo relevo e painéis informando o nome de todos os navios negreiros que aportaram no local, a data do seu atracamento e o número de escravos que trouxeram, entre outras informações. Conforme Kátia Bogéa, o memorial não será um local para lamentações, mas um tributo em reconhecimento à contribuição do povo africano na formação da identidade cultural do povo ludovicense e brasileiro.

Além do Memorial da Escravidão, a nova Praça das Mercês, que ocupará uma área de 11 mil metros quadrados, prevê ainda espaço aberto para a realização de pequenos eventos e apresentações das manifestações culturais genuinamente maranhenses; área arborizada para lazer e descanso, canteiros ajardinados, bancos, equipamentos de ginástica para idosos e pessoas com deficiência, quadra poliesportiva, pista de skate, estacionamento de ônibus de turismo e de veículos, eixo de ligação entre o centro e o estacionamento, mirante, posto policial, acessos de pedestres à praça, entre outros equipamentos.

A nova praça detém aspectos que prometem mudar a visão do Centro Histórico, proporcionando uma nova configuração de acesso à área. A proposta é que o espaço seja um misto de cultura, entretenimento, esportes, entre outros elementos idealizados para deslumbrar o visitante.

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