Na manhã desta quarta-feira (20), a Polícia Civil do Distrito Federal realizou a operação “Falso Profeta”, visando desmantelar um esquema de golpes aplicados por onze pastores em fiéis de igrejas. A ação resultou na emissão de dois mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão.
A investigação revelou uma movimentação financeira de mais de R$ 156 milhões nos últimos cinco anos, identificando cerca de quarenta empresas fictícias e mais de oitocentas contas bancárias suspeitas.
A polícia iniciou a investigação há aproximadamente um ano, quando um indivíduo foi preso em Brasília por uso de documento falso e simulação de crédito de R$ 17 bilhões. Surpreendentemente, o grupo continuou a operar mesmo após essa prisão.
Os suspeitos podem responder por diversos crimes, incluindo estelionato, falsificação de documentos, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, crimes tributários e participação em organização criminosa.
O golpe, conhecido como “Nesara Gesara”, utilizava abordagens enganosas em redes sociais como Telegram, Instagram e WhatsApp. Aproveitando-se da fé e crença religiosa, os criminosos convenciam principalmente fiéis evangélicos de que eram escolhidos por Deus para receber quantias milionárias em retornos financeiros imediatos.
Um exemplo notável era a promessa de que um depósito de R$ 25 poderia gerar um retorno de R$ 1.000.000.000.000.000.000.000.000.000, um número que superava a riqueza total do planeta. Os investigadores também alertaram para a promessa de “350 bilhões de centilhões de euros” em troca de um investimento de R$ 2 mil.
O líder do grupo, pastor Osório José Lopes Júnior, alegava que os títulos oferecidos contavam com aprovação do governo federal, inclusive do ex-ministro da Economia, Paulo Guedes. Além disso, usava logomarcas de entidades financeiras como o Banco Mundial e o Banco do Brasil para dar credibilidade ao esquema.
Esse golpe, que já perdurava por nove anos, vitimou pessoas de diversas camadas sociais e em quase todas as regiões do Brasil, totalizando mais de 50 mil vítimas.
Fontes: O Informante