Em depoimento ao Ministério Público, publicitário disse que ex-presidente teve participação no assassinato do então prefeito de Santo André
De acordo com Valério, ele e o chefe de gabinete de Lula na época, Gilberto Carvalho, compraram o silêncio do empresário Ronan Maria Pinto, durante uma reunião um ano após a morte de Celso Daniel. O empresário teria aceitado a proposta, mas não sem antes dizer que "não pagaria o pato sozinho" pela crime. “[Ronan Maria Pinto] afirmou com muita clareza e um modo muito simples que lhe é próprio que iria apontar o presidente Lula como mandante da morte do prefeito Celso Daniel”, contou Valério.
Ainda segundo o publicitário, o motivo da morte de Celso Daniel teria sido o fato do prefeito ter se prontificado a pagar por uma caravana de Lula pelo Brasil com dinheiro do município, mas teria desistido de participar por conta dos esquemas de corrupção. “Uma coisa era o Celso bancar as despesas do partido, da direção do partido e do próprio presidente. Outra era envolver a prefeitura em casos que beiravam a ação de gângster”, contou.
No mesmo depoimento, Valério conta que Ronan Maria Pinto chantageou membros da cúpula petista, dizendo que apontaria Lula como "o cabeça" na morte de Celso Daniel. Após uma longa negociação, ele teria aceitado ficar em silêncio sobre o caso. Valério diz que informou Lula pessoalmente: “Eu virei para o presidente [Lula] e falei assim: ‘Resolvi, presidente’. Ele falou assim: ‘Ótimo, graças a Deus’”, finalizou.
Celso Daniel foi assassinado no dia 18 de janeiro de 2002 a tiros tiros, após ser vítima de um sequestro. A morte do então prefeito de Santo André gerou muito burburinho, mas acabou sendo investigada como crime comum. Menos de um ano antes, o também petista Toninho, que era prefeito de Campinas, também foi morto a tiros de forma misteriosa.
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