O petista maranhense Evandro Sousa enviou ao Blog do Robert Lobato uma avaliação da situação do PT à luz da possível troca da candidatura de vice-governador pela de senador ou de suplente de senador defendida pela direção nacional do partido. Para ex-coordenador das campanhas de Lula e da Dilma, o PT maranhense preparou a militância para ir à campanha eleitoral com um candidato a vice, tal como ocorreu em 2010. Sousa lembra que todas as fases de preparação do partido para eleição foram devidamente obedecidas no estado e que uma mudança na tática neste momento pode parecer um golpe aos olhos da militância. “Todos os procedimentos internos foram devidamente obedecidos, realizamos os encontros de Tática Eleitoral, de Definição de Candidaturas e direção nacional sempre esteve informada de todas as nossas decisões locais. Não é possível entender este verdadeiro “cavalo de pau” patrocinado pelos dirigente nacionais do PT. Se plantamos mangueira foi para colher manga, e não jaca! Se a tese de Senado ou de suplente tivesse sido construída e socializada com bastante antecedência teríamos condições de apresentá-la para a base do partido sem maiores problemas, mas apresentá-la em cima dos 45 minutos do segundo tempo pode parece um golpe aos olhos da militância“, desabafou. Evandro Sousa também avaliou que se Lobão Filho abrir mão de ter um petista no seu palanque como vice poderá ser o “ poderá ser o anúncio de maus presságios”. Em tempo: o PT aprovou o nome do ex-secretário José Antônio Heluy para vice-governador na chapa encabeçada pelo PMDB. A seguir a íntegra da avaliação de Evandro Sousa. Companheiros, Entendo que esta situação já deveria estar superada, pois tivemos muito tempo para definição das estratégias, todos os procedimentos internos foram devidamente obedecidos, realizamos os encontros de Tática Eleitoral e de Definição de Candidaturas e a direção sempre esteve informada de todas as nossas decisões locais. Quando o PT local fez uma opção madura e democrática pela aliança com a permanência da vaga de vice-governador, todos estavam consciente da construção desta tese durante todos esses anos de aliança, eliminando a maioria das arestas existentes nas base sociais e lideranças do PT local. Mas a direção nacional preferiu ver um cenário diferente do vivido aqui pela militância do PT. A aliança de 2010 foi uma parto difícil e traumático, tivemos até greve de fome de petistas por discordância da confirmação da aliança PT x PMDB, que era a tática defendida em Congresso Nacional do partido. Tivemos que construir novo e longo processo para superar o ambiente interno de muito acirramento. Um ambiente de disputas e debates políticos marcados por vários tencionamentos, cujo resultado final foi a saída de vários companheiros do quadro do PT. Agora neste processo de 2014 e mesmo com muitas das nossas crises internas superadas, vem os nosso dirigente nacionais com uma nova tese! Tese esta, diga-se de passagem, apresentada no encontro e derrotada pela ampla maioria dos delegados. Ora, temos seguido caninamente as decisões das estratégias e táticas traçadas pelo direção nacional. Por isso mesmo, não é possível entender este verdadeiro “cavalo de pau” patrocinado pelos dirigente nacionais do PT. Se plantamos mangueira foi para colher manga, e não jaca! Se esse tese de Senado ou de suplente tivesse sido construída e socializada com bastante antecedência teríamos condições de apresentá-la para a base do partido sem maiores problemas, mas apresentá-la em cima dos 45 minutos do segundo tempo é quase um golpe. A verdade é que a direção nacional não fortaleceu nenhum quadro partidário do Maranhão para apresentar numa eleição para o Senado durante esse tempo todo. Qual o companheiro ocupou cargo de visibilidade política no âmbito do governo federal para agora ser lançado ao senador ou a suplente? Pelo contrário, varias lideranças estavam em situação de esquecimento, na geladeira… Finalmente, considero um erro fatal tanto tanto para o candidato a governador, e principalmente para o PT do Maranhão, abdicar da candidatura de vice-governador. O candidato é forte, tem poder, estrutura, logística, partido, grupo político, mas corre o risco de não contar com algo fundamental nesta campanha para a sua vitória ao governo: o entusiasmo da militância petista, ainda mais quando uma boa parte está engajada na candidatura da oposição. Se o pré-candidato Lobão Filho abrir mão de ter um petista do seu lado como vice-governador poderá ser o anúncio de maus presságios… Do blog do Robert Lobato
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