Da coluna Estado maior
Não convenceu ninguém a declaração do secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula, de que a alta do número de casos da Covid-19 no Maranhão tem como causa maior as festas privadas de fim de ano – reuniões de família na esmagadora maioria dos casos -, e não as grandes aglomerações vistas durante o período eleitoral (com um intervalo, diga-se de passagem, de menos de 30 dias).
Disse o titular da SES:
– A gente está sofrendo um impacto, ainda, das festas de final de ano. A grande contaminação se deu nas festas de final de ano, infelizmente, porque é um movimento que une toda a sociedade. A gente falava de eleição, disso, ou daquilo, mas é um número muito pequeno das pessoas que se envolve com esse tipo de atividade. No caso do Natal e do Ano Novo é algo que une todas as famílias, ou praticamente 100% das famílias.
Ninguém em sã consciência – e que não seja intimamente ligado ao Palácio dos Leões – acredita nisso, é claro.
Quem teve acesso ao mínimo de informação durante o período eleitoral viu o que ocorreu nas ruas num período praticamente ininterrupto de 27 de setembro até o dia 15 de novembro – estendendo-se até 29 de novembro nos casos em que houve 2º turno, como São Luís.
Desde as convenções, realizadas como megaeventos pelos candidatos, passando pelas carreatas, caminhadas, comícios e os tais bandeiraços, o Maranhão foi tomado por ondas de apoiadores dos concorrentes a cargos eletivos.
Foram dois meses com essa rotina.
Portanto, esse discurso, usado para eximir a classe política dessa responsabilidade, jogando toda a culpa no cidadão que “se aglomerou” com sua família num espaço de uma semana, não encontra guarida nos fatos, na realidade.
Soa muito mais como um forma de eximir a si próprio (e ao governo) por nada ter sido feito para conter as aglomerações eleitorais.
G. Léda
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