sexta-feira, 9 de outubro de 2015


FeliS promove visitas de escritores a escolas da rede municipal Como parte da programação da 9ª Feira do Livro de São Luís (FeliS), escolas da rede municipal receberam visitas de escritores ao longo de toda a semana. A iniciativa faz parte do projeto "FeliS nas escolas". Nas unidades de ensino, os escritores promovem oficinas, rodas de leitura e bate papo e ainda assistem às apresentações dos estudantes.

Na manhã desta sexta (9), o filósofo, historiador e premiado escritor de literatura infantil, Daniel Munduruku, esteve na Unidade de Ensino Básico (U.E.B.) Alberico Silva, no bairro da Alemanha, conversando com os alunos da escola.

"Ele é muito diferente do que eu imaginava. Pensava que ele ia estar com roupa de índio e com aquelas 'folhas' (cocar), na cabeça", comentou uma entusiasmada Adriele Alves, 11 anos, aluna do 5º ano. Tanto Adriele quanto todos os outros alunos que lotaram o auditório da escola já o conheciam por meio de seu conto "É índio ou não é índio?", extraído do livro Histórias de índio, trabalhado didaticamente pelas professoras da U.E.B. Alberico Silva.

Para a gestora e as professoras da UEB Alberico Silva, a oportunidade de levar um autor que tem seu texto trabalhado didaticamente com os alunos é de uma riqueza excepcional. "Às vezes o aluno nem faz a associação do autor com o texto. O texto no livro parece tão distante do autor que acredito que para eles que ouviram e tiveram contato com o Daniel hoje, não vão esquecer", comentou a diretora da escola, Socorro Vasconcelos.

LÍNGUA MUNDURUKU

Daniel conversou de forma bem leve e divertida com as crianças. Ensinou dois termos na língua Munduruku, nome dado a uma etnia que vive no norte do país, e contou como é a relação das crianças com a natureza e com os mais velhos e como eles aprendem a ouvir através do silêncio.

Ao final, deixou como mensagem, que todos nós temos responsabilidades com a natureza. "O que se faz com a natureza afeta a todos nós, porque todos somos irmãos. Então é preciso vocês cuidarem da sua aldeia, que é São Luís, do Maranhão, do Brasil e por fim da aldeia global, que é o nosso planeta. Este cuidado tendo respeito pelos rios, pelas árvores, pelos animais e por todos nós que formamos este enorme país que é o Brasil", concluiu o escritor.


Daniel Munduruku também participou da roda de conversa sobre "A tradição oralidade indígena", na Casa do Professor "José Maria Paixão", localizada no auditório da Universidade Virtual do Maranhão (Univima), na Praia Grande.

SÃO FRANCISCO

A creche Monsenhor Frederico Chaves, no São Francisco, também foi uma das escolas participantes do projeto. As crianças receberam a visita do escritor maranhense infanto-juvenil Wilson Marques, patrono da edição anterior da FeliS e autor de livros como "A menina levada e a serpente encantada" e "Quem tem medo de Ana Jansen?".

Para receber o escritor, a escola montou uma programação especial: as crianças apresentaram uma coreografia das músicas "A Serpente" e "Uma linda rosa juvenil", de Zeca Baleiro. Júlia Santos Gomes, 5 anos, fez a leitura de um cordel escrito pelas crianças especialmente para a ocasião.

O secretário municipal de Educação, Geraldo Castro Sobrinho, reforçou a importância do projeto, que demonstra a determinação do prefeito Edivaldo de ampliar para toda a cidade o legado deixado pelas edições da FeliS. "Temos levado os estudantes para participar de diversas atividades na Feira do Livro de São Luís. Trazer a feira para dentro das escolas, porém, é atividade de igual ou maior importância, na medida em que possibilita aos estudantes ter contato com as pessoas responsáveis pelo universo lúdico em que elas mergulharam no momento da leitura", disse o titular da Semed.

VALORIZAÇÃO

Para o escritor Wilson Marques, a iniciativa também é uma maneira de valorizar o trabalho dos escritores. "Levar a feira do livro para as crianças dentro da escola é uma maneira de ampliar o evento e proporcionar leitura para as crianças. Para nós, escritores, também é uma oportunidade muito gratificante, pois assistimos às crianças apresentarem trabalhos belíssimos desenvolvidos a partir das nossas obras. É sinal de que eles realmente leram e gostaram do nosso trabalho", ressaltou o escritor.

Wilson Marques respondeu às perguntas dos estudantes, e ganhou abraços apertados de dezenas de crianças. Entre elas, a expectativa que antecedeu a visita era grande. "As crianças ficaram bastante ansiosas. Todas perguntavam se ele era mesmo o autor dos livros que tinham lido na sala de aula e se iriam mesmo poder conhecer ele. Todos os ensaios das coreografias elas queriam fazer bonito para o escritor", disse a professora da escola, Mara Ferreira.

Ana Gabriely Santana tem apenas 6 anos, mas diz que já adora ler. "Já sei lei e escrever e até o final do ano vou terminar de escrever um livro", contou a menina. Davi Silva Dias, 5 anos, também começou a considerar a carreira depois da visita do escritor. "Quando crescer, vou querer ser autor de obras para crianças", garantiu.

PROGRAMAÇÃO

Na 9ª Feira do Livro de São Luís, além da comercialização de livros, palestras, oficinas e bate-papo literário, a programação também conta com apresentações musicais. No sábado (10), às 19h, o cantor e compositor Papete fará um pocket-show na praça Nauro Machado. E neste domingo (11), às 19h, a Orquestra Filarmônica do SESI realiza apresentação, encerrando a programação.

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