A eleição para o Senado no Maranhão deve emular a polarização do pleito presidencial, tendo como principais candidatos o ex-governador Flávio Dino (PSB), aliado do PT e que tem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como cabo eleitoral, e o senador bolsonarista Roberto Rocha (PTB).
Até o momento, o ex-governador tem ampla vantagem, que varia de 15 a 20 pontos percentuais, sobre Rocha. Sondagens locais mostram o pessebista com intenção de voto na casa dos 45%, contra de 25% a 30% do adversário.
A favor de Dino, que trocou o PCdoB pelo PSB para disputar a eleição, está a forte popularidade de Lula no Maranhão e sua gestão bem avaliada no governo. Ele deixou o cargo com taxa de aprovação perto dos 60%.
— Todos os governadores maranhenses que já se candidataram ao Senado foram eleitos, sem exceção. Dada a situação confortável de Dino, sua eleição parece ser favas contadas, a menos que surja um fato novo — afirma Wagner Cabral, historiador e professor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
Ex-aliados
Embora estejam em campos opostos hoje, Rocha e Dino já foram aliados. Roberto Rocha, então no PSB, foi eleito vice de Edivaldo Holanda (então no PTC) em 2012 na prefeitura de São Luís com o apoio de Flávio Dino (então no PCdoB). Em 2014, Rocha se elegeu senador na mesma coligação de Dino. Ambos romperam ainda no primeiro mandato de governador do então comunista.
De lá para cá, Rocha mudou de partido duas vezes. Em 2017, migrou para o PSDB, onde permaneceu até o início do ano, quando trocou a sigla pelo PTB de Roberto Jefferson. É apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, que não tem candidato oficial ao governo do estado.
Na eleição deste ano, Dino conseguiu o apoio de nove partidos, inclusive o do MDB de Roseana Sarney, sua antiga adversária. Segundo um membro do entorno da campanha do ex-governador, foi importante para esse movimento de aproximação de ambos o apoio dado por Flávio Dino ao deputado Baleia Rossi, presidente nacional do MDB, quando o parlamentar disputou a presidência da Câmara dos Deputados contra Arthur Lira (PP-AL), além da proximidade de líderes do MDB maranhense com Lula.
Roberto Rocha tem o apoio do PDT do candidato a governador Weverton Rocha e de Lahesio Bonfim (PTC), único bolsonarista declarado na disputa pelo executivo estadual. O ex-prefeito de São Luís Edivaldo Holanda (PSD) se declara neutro nacionalmente.
O senador buscou por meses se cacifar como o nome do bolsonarismo ao governo estadual, mas o partido do presidente, o PL declarou apoio a Weverton Rocha. Na pandemia, Roberto apresentou requerimento para uma CPI que investigasse a atuação de governadores, em uma estratégia articulada pelo Palácio do Planalto. Confira aqui a matéria do jornal O Globo.
J. Cutrim
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